quarta-feira, 30 de maio de 2007

"Protecção de Dados incentiva a falta de rigor"

"A Comissão de Protecção de Dados (CPD) chumbou a possibilidade de passar para um ficheiro específico os dados de cada funcionário público que venha a declarar-se em greve. A razão invocada é a de que os dados de identificação pessoal podiam dar azo a um tratamento abusivo por parte daqueles que os detêm.
A decisão é surpreendente e irrelevante. Surpreendente, porque radica numa desconfiança de comportamento persecutório por parte das chefias do aparelho de Estado não provada no passado. Irrelevante, porque não impede que cada serviço tente saber o que está a acontecer a cada funcionário seu que hoje não se apresente ao trabalho. Sem uma técnica informática que separaria à velocidade da luz o trigo dos grevistas do joio dos outros faltosos, a contabilização vai levar mais tempo, consumir mais recursos, sair mais cara. Mas será feita.
E a CPD não poderá explicar aos cidadãos como é que listas mecanográficas de grevistas, que fundamentam o desconto legal no vencimento do fim do mês, defendem miraculosamente os visados da prepotência inadmissível das chefias. Esta decisão apenas contribui para a falta de rigor habitual nos números e incentiva às habituais tácticas para fazer greve sem perder um dia de ordenado. [...]" Assim se pronuncia o Editorial de hoje do Diário de Notícias, um dos jornais de referência em Portugal...

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