segunda-feira, 12 de março de 2007

"Mais de sete mil cidadãos pedem Internet acessível a cegos"

No Público de hoje, a jornalista Sofia Rodrigues denuncia que "Tarefas do dia-a-dia tão banais como levantar dinheiro num multibanco ou comprar um bilhete de autocarro tornam-se quase impossíveis para quem não vê. Um grupo de cidadãos lançou uma recolha de assinaturas para melhorar as acessibilidades da Internet, telemóveis, televisão e venda electrónica de produtos e de serviços, através de uma lei própria. A petição, com perto de 7500 nomes, já deu entrada na Assembleia da República.
A crescente disponibilização de serviços on-line como o comércio electrónico ou o home-banking veio facilitar a vida de muitos deficientes, até porque dispensam a deslocação física a agências bancárias ou outras lojas. O problema, em particular para os cegos, é que muitas das páginas são inacessíveis. O leitor de ecrã utilizado pelos invisuais só faz a leitura de letras. Se o utilizador consultar um link com um gráfico, por exemplo, essa informação não é lida. Noutros casos, a página web obriga a utilizar o 'rato', instrumento que não é usado pelos invisuais.
'Em muitos casos, as soluções são simples e de baixo custo. Bastaria um suporte áudio', defende Mariana Rocha, advogada, invisual e uma das três promotoras da petição pela acessibilidade electrónica.
As queixas também incidem sobre os terminais Multibanco instalados nas ruas. Alguns já têm um sistema de voz activado, mas o som não é controlado pelo utilizador e, por vezes, está muito alto, permitindo a outros ouvir a descrição das operações. Em empresas de transportes públicos, a venda de bilhetes através de máquinas está também vedada aos cegos por falta de um sistema de som. A adaptação a este tipo de clientes não foi sequer feita em empresas recentes como a Metro do Porto, exemplifica Mariana Rocha.
A petição pretende que a Assembleia da República ou o Governo adoptem uma lei que obrigue os sites de toda a administração pública a respeitar regras internacionais de acessibilidade. Actualmente, há apenas uma resolução do Conselho de Ministros que incide sobre os conteúdos on-line de alguns organismos públicos e que não prevê sanções para quem não cumpre as regras." (As hiperligações foram acrescentadas)

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